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domingo, 31 de agosto de 2014

Rio São Francisco agoniza com a seca; vendas na orla apresentam queda de até 90%

Banco de areia sobre ponte em Bom Jesus da Lapa, na Bahia, altera a paisagem do rio, que recuou com a escassez das chuvas
Os ribeirinhos garantem que essa é a pior seca a castigar o Velho Chico nos últimos 100 anos. A nova paisagem não causa danos apenas ao meio ambiente. A economia nacional sofre com o leito baixo: empresários que dependem do São Francisco veem os negócios naufragar, investimentos privados foram suspensos e milhares de pessoas perderam o emprego. Esses são alguns dos temas da série “A sede do rio”, que o Estado de Minas publica a partir de hoje. 
A estiagem afetou a pesca, a agricultura, a pecuária, o comércio, a prestação de serviços, o turismo e a indústria ao longo de todo o percurso. Nem empresas tradicionais escapam da escassez de água. A Icofort, a última grande empresa que explorava a hidrovia do Velho Chico, transportando caroços de algodão da represa de Sobradinho (BA) a Juazeiro (BA), suspendeu as atividades em julho. Resultado: a mercadoria passou a ser escoada por via terrestre, onerando o preço final em torno de 30% e aumentando o risco de acidentes nas estradas.

“Cinquenta pessoas foram demitidas”, lamentou o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda. Mas ele destaca que o epicentro da crise está em Minas: “Da represa de Três Marias ao encontro do Velho Chico com o Rio das Velhas”. (Em Barra do Guaicuí, distrito de Várzea da Palma). O lago da represa está com menos de 10% da capacidade máxima, o que obrigou a Cemig a reduzir a vazão para 170 metros cúbicos por segundo. No início do ano, eram 500 metros cúbicos por segundo. A pouca água na represa, apelidada de Praia de Minas, afugentou os turistas.


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