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sábado, 12 de abril de 2014

Quem passa pela orla de Petrolina, no Sertão pernambucano, pode perceber que às  margens do Rio São Francisco aumenta a concentração de uma vegetação verde com flores roxas. Essas plantas são as Baronesas que se alimentam da matéria orgânica dos esgotos. Elas alertam para os dejetos da cidade que estão sendo despejados no rio.
Segundo o ambientalista, Vitório Rodrigues, o crescimento da planta do lado de Petrolina acontece porque há pouca correnteza. As baronesas ajudam a filtrar as impurezas que chegam às águas do rio. Mas, o problema é que, depois de um certo tempo, o trabalho passa a ser feito ao contrário e surgem vários transtornos, como o mau cheiro.
“Quando a Baronesa morre é lógico que tudo o que a planta absorveu em termos de poluição que não foi retirado, que não foi jogado fora do manancial em que ela está, vai ser devolvido para água e tudo vai continuar como antes ou talvez pior”, explica Vitório.
Uma medida paliativa apontada por  Vitório é fazer a retirada das baronesas e ser tomada uma providência no despejo do esgoto da cidade.
De acordo com a Agência Reguladora do Município de Petolina (ARMUP), a Companhia Pernambucana de Abastecimento (Compesa) deveria ter concluído o sistema de tratamento de esgoto da cidade desde 2009. Entretanto, este prazo não foi cumprido e a prefeitura suspendeu o contrato de concessão, mas a Compesa conseguiu uma liminar e se mantém como operadora do serviço.
“ A Agência está trabalhando no sentido de quebrar essa liminar e o município vai operar nosso sistema. Enfim melhorar a situação do Rio São Francisco”, conta Antônio Melo Júnior, presidente Amurp.
Antônio Melo Júnior disse ainda que as lagoas de tratamento que existem na cidade não funcionam por falta de manutenção. Segundo ele, é como se elas não existissem. Porque o esgoto sai do mesmo jeito que entra.
O gerente regional da Compesa, Igor Galindo, disse que em breve as lagoas serão desativadas e o esgoto da cidade será tratado nessa nova estação, que está sendo construída. Mas, o funcionamento vai depender apenas de uma liberação da prefeitura. “A previsão de funcionamento da estação é de maio de 2014, porém para que isso ocorra falta o assentamento de 2 quilômetros de tubulação que estão emperradas por falta de autorização da prefeitura".

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